Drones na agricultura: como aplicar essa tecnologia?

75 anos depois dos primórdios de sua criação, os populares drones se tornaram bem mais leves, ágeis e funcionais.

Como diversas tecnologias utilizadas hoje em dia tanto na agricultura como pela sociedade em geral, a história dos drones não é diferente: uma ideia concebida em um contexto de guerra que teve sua função adaptada e otimizada para outro cenário.

Nos últimos anos da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha nazista desenvolveu uma bomba voadora conhecida como V-1, sendo o primeiro míssil moderno guiado, mas isso ainda estava muito longe de ser o que conhecemos hoje.

Primeiro míssil moderno guiado. Fonte: Wikipedia
O primeiro drone mais semelhante ao que conhecemos hoje foi desenvolvido pelo israelita Abraham Karem na década de 70, o que o tornou conhecido como “o pai do drone”.

Mas afinal, o que é um drone?
Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT), Remotely Piloted Aircraft (RPA), Unmanned Aircraft Systems (UAS) entre tantas outras nomenclaturas podem ser encontradas para definir o que popularmente conhecemos como “drone”.

De modo geral, os “drones” (nome vindo do inglês “zangão”, em referência ao ruído causado pelo equipamento) são veículos remotamente tripulados que podem ser controlados através de frequência de rádio, infravermelho ou mesmo ter seu trajeto pré-definido por coordenadas geográficas, o que é muito útil na agricultura.

Aqui estão alguns exemplos de usos gerais que um drone pode ter dentro da sua fazenda:

Sensoriamento remoto
Quem nunca escutou falar do NDVI?

O NDVI é um índice de vegetação que permite inferir sobre a saúde da lavoura através de imagens, que podem ser coletadas via satélite ou drones. Esse e outros índices de vegetação, como o NDRE ou o VARI, possuem diversas aplicações, como detecção de reboleiras de difícil acesso no interior do talhão, falhas de irrigação, até mesmo geração de mapas de aplicação a taxa variável.

Mas qual o benefício de se usar um drone para esse serviço ao invés de apenas utilizar as imagens facilmente disponibilizadas pelos satélites?

Primeiro, a garantia de imagens limpas. Quando se depende de imagens de satélite para monitorar a saúde da lavoura, nem sempre se obtém sucesso, pois a presença de nuvens, constantes em algumas épocas do ano, atrapalha na captura das imagens.

Um outro problema comum é o tempo de revisita dos satélites, ou seja, quantos dias ele demora para passar em cima da sua fazenda de novo e disponibilizar outras imagens.

Em um contexto em que um dia de atraso em uma tomada de decisão pode significar algumas cifras a menos de lucro, como por exemplo na aplicação de reguladores de crescimento no algodão, é muito importante que se tenha um monitoramento constante e de confiança da lavoura, podendo inclusive associar as duas ferramentas, utilizando a grande escala dos satélites quando possível e a flexibilidade do drone como complementação nos dias de nuvem ou sem imagens de satélite disponível.

O terceiro benefício do uso dos drones é a resolução das imagens. Os satélites gratuitos em média conseguem fazer fotos com uma resolução de 10 metros, enquanto os drones podem ter essa resolução na casa dos centímetros, se necessário.

A alta resolução fornecida pelo mapeamento com drones possibilita diversas aplicações que ainda são inviáveis com o uso de imagens de satélite, como a localização de plantas infestantes e detecção de falhas de plantio em cana-de-açúcar, ambos utilizando imagem RGB, sensores comuns presentes em equipamentos mais simples como o MAVIC DJI.

Quantificação de falhas de plantio na Plataforma FieldScan. Fonte: Sensix.
Pulverização
O uso de drones para pulverização de defensivos ainda não é algo bem consolidado, mas os protótipos têm aparecido cada vez mais e diversas empresas já comercializam esses aparelhos, e em alguns casos específicos seu uso tem se mostrado muito eficiente.

A pulverização por drones permite a aplicação em taxa variável, o que desonera consideravelmente o custo de produção e aumenta a eficiência de aplicação. Com eles, é possível acessar áreas do talhão em que o pulverizador autopropelido não chega, sendo um bom complemento ao equipamento tradicional de grande porte.

A catação em cana-de-açúcar com o uso de drones também tem sido amplamente utilizada. A possibilidade de pulverizar a cana em um porte em que o pulverizador não consegue mais entrar, em pequenas áreas de infestação, diferente da aplicação com avião tripulado, e a segurança de não ter um piloto voando em situações de risco como na aplicação com helicóptero, são algumas das vantagens dessa tecnologia.

Exemplo de drone de pulverização. Fonte: blog.aeagro
Outros usos
Diversos outros usos podem ser dados aos drones dentro da fazenda apenas com a câmera RGB.

É possível demarcar novas áreas, fazer uma varredura para ver ser as cercas estão intactas, procurar por animais que se perdem em locais de difícil acesso entre diversas outras possibilidades.

Mas para isso é preciso saber que os drones podem ser divididos em duas classes: os de multi-rotor – que parecem um mini helicóptero – e os de asa fixa – que parecem mini aviões – e essa configuração faz toda a diferença no seu uso.

Os drones multirotores têm o benefício de ser consideravelmente mais baratos e terem a pilotagem facilitada, além de não exigirem grandes áreas para pouso e decolagem.

Porém a autonomia na maioria dos casos é baixa, ou seja, uma bateria cobre apenas alguns hectares de imagem e logo é preciso retornar para que se faça a troca.

Por outro lado, os “drones de asa fixa” apesar de serem mais caros e exigirem uma área de decolagem e pouso, têm uma autonomia de voo bem superior aos multi-rotores, podendo ficar no ar, em alguns casos, por algumas horas.

Comparativo entre os tipos de drones. Fonte das imagens: DJI e Sensefly
Independente do modelo escolhido, é preciso transformar todos os dados em informação.

De nada adianta o melhor drone, a melhor câmera ou o melhor sensor se os dados coletados não forem processados adequadamente gerando recomendações agronômicas.

A Sensix oferece o serviço de processamento de imagens e transformação desses dados em informação.

Na plataforma FieldScan é possível gerenciar todas as informações obtidas nos monitores de colheita, análises de solo ou mesmo com drones e satélites, tendo tudo isso na palma da mão, comparando todos eles com facilidade e gerando mapas de aplicação.

A chave para uma produção sustentável e cada vez mais rentável é o conhecimento da variabilidade do talhão. Nos deixe te ajudar a entender o que sua lavoura tem a dizer.

Referências:
História dos drones – Itarc.org
Uso de drones na agricultura – Itarc.org
https://blog.sensix.ag/drones-na-agricultura-como-aplicar-essa-tecnologia/

Escrito por: Gabriel Jezus, Engenheiro Agrônomo Sensix.

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